Eletroencefalograma (EEG) é um exame de monitoramento não-invasivo que registra a atividade elétrica do cérebro. É realizado com eletrodos fixados no couro cabeludo por meio de uma pasta condutora de eletricidade. Objetiva registrar a atividade cerebral para detectar possíveis anormalidades neurológicas.
Pra que serve o exame?
O teste é mais usado para poder detectar uma variedade de doenças psiquiátricas e neurológicas, tanto as infecciosas quanto degenerativas, como:
- Epilepsia;
- Problemas com perda de consciência ou demência;
- Encefalites (inflamação ou infecção do cérebro);
- Tumores cerebrais;
- Lesões cerebrais;
- Hemorragia (sangramento excessivo);
- Cefaleia ou outros tipos de enxaqueca;
- Edema cerebral (inchaço parcial ou inteiro);
- Apneias e outros distúrbios do sono;
- Excesso de álcool ou drogas.
Além disso, o EEG também detecta o grau de certos comas ou morte cerebral, condição na qual o cérebro perde sua funcionalidade. Ajuda ainda a detectar quando uma pessoa tem deficiência física ou problemas na saúde mental, que incluem problemas no cérebro, medula espinhal ou sistema nervoso.
Pra quem é indicado?
O eletroencefalograma pode ser realizado em qualquer pessoa, sendo indicado em casos de suspeita de anormalidade na atividade cerebral, indícios de epilepsia e indícios de disfunção da consciência.
Como a atividade cerebral não muda com idade ou sexo, esse exame pode ser realizado em todas as fases da vida. Pode ser realizado também durante a gravidez, por não ser invasivo.
Tipos de eletroencefalograma
É importante notar que não existe apenas um tipo de EEG e que cada um tem as suas especialidades. Entenda:
EEG rotineiro (normal)
São colocados eletrodos no couro cabeludo do paciente e registrado suas atividades cerebrais durante algumas atividades. O eletroencefalograma rotineiro pode durar de 20 a 40 minutos e o paciente pode ser solicitado a fechar e abrir os olhos, realizar exercícios respiratórios como aspirar e expirar rapidamente (hiperventilação), ou pode ser colocada uma luz pulsante na frente do paciente, a fim de ver a alteração da atividade cerebral.
EEG em sono ou vigília
EEG em sono é um procedimento no qual a pessoa passa a noite no hospital, usado para detectar possíveis distúrbios do sono (apneias, narcolepsia). Já o exame em vigília é usado para diagnosticar ações espontâneas no comportamento do cérebro (epilepsia, demências, tumor cerebral).
O paciente pode ser privado de dormir uma noite antes da realização do exame, a fim de garantir que durma durante as horas suficientes para captar as atividades cerebrais no eletroencefalograma em sono (também chamado de EEG privado de sono).
EEG em sono com foto
O EEG com foto ou vídeo serve para ter mais informações sobre a atividade cerebral, assim o médico pode saber o que acontece antes, durante e depois de uma possível convulsão. Ajuda também a perceber a área do cérebro afetada durante um ataque.
É realizado num período que geralmente varia entre 3 e 7 dias, em que eletrodos são colocados no paciente durante o sono e vigília (acordado). O vídeo é gravado pelo computador e mantido sob vigilância.
EEG com mapeamento cerebral
O mapeamento cerebral é um novo recurso utilizado pelos médicos. Nesse exame os eletrodos colocados no couro cabeludo e os sinais são transmitidos para o computador, que os transforma em um mapa de cores e sinais a partir da atividade cerebral.
É usado para perceber lugares específicos do cérebro quando alguma alteração foi detectada. Ainda existem diversos estudos para melhorar a utilização do mapeamento cerebral.
EEG Ambulatório
Nesse exame, os eletrodos são conectados a um pequeno aparelho portátil de EEG que pode ser preso à roupa. As atividades do paciente podem acontecer normalmente enquanto é gravado, porém é necessário um cuidado para não molhar o aparelho.
O exame ambulatório funciona a partir da monitoração da atividade cerebral ao longo do dia. Nessa modalidade, menos eletrodos são colocados e o resultado pode ser inferior ao rotineiro ou do feito no hospital.
EEG prolongado
Durante o exame, podem ocorrer casos em que o paciente tem um ataque epiléptico ou outros tipos de complicações, que podem estar relacionados com a alteração das ondas elétricas do cérebro. Nessas situações, o médico responsável pelo exame pode prolongar o mesmo por algumas horas, dependendo da gravidade da complicação. Este caso é chamado de EEG prolongado ou EEG prolongado por hora.
Como se preparar para o exame?
Pacientes que utilizam remédios que afetam o sistema nervoso central, como anticonvulsivantes, estimulantes ou antidepressivos, podem ser recomendados a descontinuar a utilização durante um ou dois dias antes do exame ser realizado (procure orientação médica).
É recomendado também que não seja ingerido alimentos ou bebidas que contenham cafeína.
O paciente deve se certificar de lavar, pentear e secar o cabelo antes do exame, pois ajuda os eletrodos a se fixarem mais facilmente.
Dependendo da finalidade do exame, o paciente ainda pode ser orientado a não dormir na noite anterior para poder obter resultados mais precisos durante o sono. Por isso, o paciente não deve dirigir e é recomendado pedir que alguém o leve ao local do exame. É importante, também, ir bem alimentado.
Haverá complicações para a realização do exame se o paciente:
- Estiver com prótese de cabelo (megahair);
- Tiver aplicado de tintura no cabelo em menos de 7 dias;
- Apresentar curativos pós-cirurgia na região da cabeça;
- Tiver ingerido bebidas alcoólicas nas últimas 24 horas;
- Tiver ingerido cafeína nas últimas 12 horas.
Como é feito o exame?
O EEG é indolor, rápido e seguro. O paciente é convidado a se deitar (ou sentar) em uma maca reclinável. O médico neurofisiologistaprimeiramente mede a cabeça do paciente e marca com um lápis especial alguns pontos onde serão inseridos os eletrodos.
Então os eletrodos são conectados, com uma pasta, no couro cabeludo para fazer o registro das atividades cerebrais. A pasta, além de fixar os eletrodos, permite uma melhor captação dos sinais elétricos do cérebro.
Os eletrodos estão conectados a um computador que traduz essas atividades cerebrais em forma de ondulações que podem ser registradas em gráficos digitais ou em folhas de papel.
Crianças
Em crianças que apresentam comportamento reativo à realização do exame, são utilizados recursos como a sedação. Neste caso, o procedimento é feito durante o sono induzido, e depois a criança é acordada para a realização do EEG em vigília.
Gravidez
Por não ser um exame invasivo, o eletroencefalograma pode ser realizado por mulheres grávidas ou lactantes.
Epilepsia
Em pacientes com epilepsia, a convulsão tende a ser induzida para poder verificar o grau da mesma. Para isso, utiliza-se exercícios de respiração (hiperventilação) e luzes piscando.