Todo ano, após a campanha do outubro rosa, temos o novembro azul, mês de conscientização para o câncer de próstata, segundo câncer mais comum entre os homens brasileiros. A próstata é uma glândula do sistema reprodutivo masculino que tem como função liberar um líquido que protege os espermatozoides. Quando há alterações em exames de toque ou de sangue e suspeita de câncer, pode ser necessário realizar uma biópsia de próstata.

Considerada um procedimento de baixa complexidade, sem necessidade de internação hospitalar, a biópsia de próstata é realizada por especialistas da área. No exame, é introduzido um aparelho de ultrassom no ânus, que guia uma agulha até o local e recolhe pedaços de tecido da glândula para serem analisados em laboratório. Ele dura em média de 15 a 20 minutos, mas o paciente pode permanecer no local por cerca de uma hora para se recuperar.

Embora não machuque, a biópsia de próstata pode ser desconfortável e é feita sob anestesia local ou sedação leve. Entretanto é possível que o homem sinta queimação na região após o procedimento.

Quando a biópsia de próstata é indicada e quais os riscos

 

A indicação para a realização de biópsia de próstata passa por critérios do urologista, mas há alguns pontos que apontam para a recomendação, são eles:

 

  • Elevação do PSA ou antígeno prostático específico, uma enzima presente no câncer que pode servir como marcador tumoral e indicar a presença de câncer na glândula. Se estiver entre 2,5 e 10, o risco de que o homem tenha câncer é de 25%;
  • Toque prostático alterado. Homens com nódulos endurecidos devem passar por uma biópsia de próstata;
  • E ressonância nuclear da próstata alterada, com alterações como nódulos PI-Radas III ou IV.

 

Mesmo assim, estima-se que somente 30% a 40% das biópsias são positivas para câncer de próstata. Nos Estados Unidos, estudos mostram que há cerca de 750 mil biópsias de próstata desnecessárias por ano. Isso porque o exame de toque e o PSA dão margem para incertezas.

Os dados têm levado pesquisadores a buscarem outras formas menos invasivas de determinar a necessidade de biópsia de próstata ou de diagnosticar o câncer na glândula, pois embora seja considerada um procedimento simples, é invasivo e pode provocar efeitos como dores, sangramento na urina e na ejaculação, além de dores. Também há risco de infecções locais, hemorragia e hematomas.

Entre as alternativas já existentes para o procedimento está a biópsia líquida para câncer. Feita através de um exame de sangue, testa e identifica a presença de moléculas específicas que indicam a presença de tumores.

Para minimizar os riscos, é importante ficar atento ao preparo para o exame, como interromper o uso de medicamentos anticoagulantes ou que causem distúrbios na coagulação, usar antibióticos na véspera e uma hora antes do procedimento e estar em jejum total.

Após a biópsia de próstata, o paciente deve continuar tomando antibióticos, evitar esforço físico nos primeiros dois dias e manter abstinência sexual por pelo menos três semanas. Se apresentar febre acima de 38°C e sangramentos, deve buscar atendimento médico.